Natal 2020 por Stella Rebecchi

Passei um bom tempo com a data do Natal na cabeça. Gastei tempo, ansiedade, perturbação, preocupação com o bem estar de
todos, angústia, tristeza pela lembrança dessa data ter sido tão triste há cinco anos, enfim, uma cascata de sentimentos que certamente foi uma
liberação sem freio dos hormônios cortisol, adrenalina, noradrenalina, que reduzem o calibre de meus vasos, causando um impacto ao longo
do tempo, de risco de pressão alta e de um samba desritmado muito louco em meu coração. Pra quê? Pra nada.

Estamos em tempos diferentes dos tempos da Peste Negra, da Gripe Espanhola de 1918 onde quinhentos milhões de pessoas foram
infectadas. Ou da miséria e da fome no tempo de revoluções, guerras civis e da Primeira Guerra Mundial. Para só citar essas.  Lendo a biografia de Clarice Lispector, o que os pais dela passaram na Ucrânia no final de 1918, “ com rios de sangue judeu”correndo nas ruas, refinada crueldade, invasões, estupros, ( a mãe dela foi estuprada por quase um batalhão) matança de qualquer ser ou idade, muita fome a ponto de se comer o couro do arreio que sobrou do cavalo morto, me senti uma pessoa muito privilegiada, muito abençoada, agradecida de por minha situação durante esta pandemia. Mas que agente se cuide, que leve a sério. Muita reclamação, falta de respeito a si e ao próximo, falta de tolerância , paciência e descuido. No Brasil, parece que somos um bando de crianças mimadas, que não podemos passar por qualquer tipo de provação. Ouço muita reclamação, muito mimimi. Oriento aos que me chegam para ler a História.

Natal é uma data que deveria ser para comemorar o nascimento de um Mestre, de um gênio, de um Ser Iluminado que tentou nos ensinar como sermos felizes da maneira mais simples possível.Tristemente, temos muita dificuldade de aprender, ou não queremos. Porém não é bem isso que acontece nessa data para a maioria das pessoas. Neste ano, terá que ser diferente. E eu posso parar de me preocupar. Posso viver a realidade do dia de hoje. Não posso me expor, expor meu marido e minha família. Assim como eles não devem se expor e nos expor. Faremos um Natal virtual ! Pronto ! Não deve ser para sempre. Louvaremos Jesus, o Nazareno, de forma amorosa e com gratidão. ( Apesar que não foi nessa data queque ele nasceu! ) Nos sentiremos unidos a todos e ao Todo numa grande luz de serenidade e amor. E ponto final!

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