SEGUNDO PASSO
Por Stella Rebecchi
O Programa dos Doze Passos não examina os motivos da dependência da doença, mas aborda os motivos para viver de forma plena e livre. Disse Nietzsche – “de que aquele que tem o porquê de viver, pode suportar qualquer como”. Lembrando que Viktor Frankl chegou à conclusão , depois de passar anos nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, “ que a única coisa que podemos controlar é nossa própria atitude e essa atitude determina o sentido de nossa vida “. Esta é a frase que deveria tornar-se um mantra!
SEGUNDO PASSO:
Passamos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos a sanidade. Um passo difícil para a maioria das pessoas. Um dilema. Onde está o Poder Superior? Para mim, São Francisco simplificou tudo. Ele fez a junção dos seres animados e inanimados criados para a glorificação do Criador transcendental e resolveu assim: “ Deus está em tudo e tudo está em Deus
Estou usando a palavra Deus, porque sou cristã, porém podemos falar em Allah, Jaweh,Tao, Pachamama, Wakan Tanka, Krishna… Deus é sentido e não acreditado, esse para mim é o grande desafio.E acredito que para a maioria das pessoas principalmente dependentes.
No verdadeiro Plano Universal, todos estão incluídos e de algum lugar no tempo, Deus nos espera , nos atende e nos leva ao nosso real e verdadeiro propósito que é se ligar à Fonte Criadora e ser o que somos verdadeiramente. Infelizmente esse passo é apresentado aos dependentes como um sapo a ser engolido para deixar seus vícios. Mas a verdade é que pode abrir a possibilidade de desenvolver visões espirituais não percebidas até então.
Jung sempre insistiu que uma religião pode impedir o desenvolvimento espiritual, mas que era necessário que cada um desenvolvesse uma religião pessoal como forma de crescimento espiritual. E fortalecimento da meta de controlar suas compulsões. Quando lemos o Segundo Passo, no mínimo faz-nos refletir. Para que entre na cabeça esse passo, temos que ter a mente aberta, humildade e não fechar as portas da percepção. E se não for por aí, achar outros poderes como, um amigo, um psicólogo, um grupo, um guru, não importa. Importante é: já que não acredito e não confio em mim, já que não conheço minha força interna, procuro ter esperança que algo fora de mim possa me ajudar a sair dessa miséria a qual me encontro. Na verdade, uma emergência espiritual sem precedentes.
