PASSO 8 – PROGRAMA DOS DOZE PASSOS

OITAVO PASSO:” Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.”.

Por Stella Rebecchi

Este passo fala de relações pessoais. E relações pessoais é o motivo de nos darmos bem na vida ou não. De respeitarmos ao próximo em todo tipo de relação. O Oitavo passo sugere fazer uma relação, por escrito se possível, das pessoas a quem prejudicamos.  É uma tarefa difícil e que jamais concluímos. Mais difícil é descobrir que pequenas ações, que nem imaginávamos, podem prejudicar alguém.Um simples exemplo pode nos esclarecer que, as coisas que classificamos como bobas, geram sentimentos e consequências graves e muitas vezes não ditas: “quando fico nervosa, irritada, triste, de péssimo humor, (prejudico quem está ao meu lado) acredito que se for ao shopping fazer uma comprinha, passará toda minha angústia.”  E na comprinha, como compulsiva, faz uma comprona, geralmente ultrapassando as possibilidades, gerando discussões com quem paga as contas.   E se for a própria  a responsável por esses gastos, a briga vai ser com ela; vai se encher de culpa, arrependimento, sustos, dívidas e muito mal estar.

Outro exemplo: Se for fixada em Messenger,Face book, redes sociais em geral, ( no trabalho já lhe chamaram a atenção?) em casa não dá atenção aos filhos, se irrita, até briga. Familiares, amigos, colegas de trabalho, chefes,qualquer pessoa que precise de sua presença, compulsivos não têm tempo nem interesse.( isolamento ) Lembrando que o simples fato de não estar presente inteiramente quando alguém está pedindo sua atenção, está prejudicando aquela pessoa. Muitas vezes esbarra na baixa estima do outro, com a tendência deste achar que não é importante. Grave! Garanto que você nunca tinha pensado sobre isso! E não se esquecer que a vida social também é prejudicada, porque o dependente prefere o isolamento.  Álcool, drogas, jogo, sexo, tatuagens, exercícios,etc, etc, certamente já  trouxeram muitos problemas , muitos desastres. Se houver honestidade, não colocando a culpa, a responsabilidade nos outros, a lista pode ser grande.

Essa lista pode ser grande ou não. Pode começar colocando o nome da pessoa mais próxima em cima, familiares , amigos, e refletir como está seu comportamento em relação a eles. E com todas que convive, inclusive com quem não convive. Cabeleireiros, porteiros, empregadas, vendedoras…

Tenho muitos depoimentos de muitos tipo de compulsão. Vou citar apenas um.

Depoimento: “Nunca tinha pensado que quando estou ao telefone, jogando, passando mensagens, lendo a vida dos outros,  totalmente distraído, pudesse magoar tanto minha mulher e meus filhos. Neguei que passasse tanto tempo “ocupado”  e fosse assim Perdi muito a paciência quando me solicitavam.  Numa hora  coloquei-me no lugar deles e me senti horrível. A pessoa quer minha atenção, conversar comigo, mesmo sendo bobagens e eu só olhando para meu telefone. Vivo no mundo, não da lua, mas das mensagens que recebo, achando-as mais importantes que qualquer outra coisa. Acabo por me entupir de informações, a maioria desnecessárias, perturbando minha mente e meu humor. Vivo com raiva por saber de tantas coisas que não deveriam estar acontecendo ou rindo de idiotices.  E levo, àqueles que precisam de minha atenção , a se sentirem sem importância, inoportunos e sempre ficarem mais chatos, pois têm que gritar para eu ouvir. E quando os ouço é sempre com cara e muxoxo de enfado e ai que saco! Percebi que estou prejudicando-os, que sentem muita raiva de mim, ficam de mau humor,ansiosos,e dependendo de minha reação,com muito medo.” (Arnaldo B.)

O importante agora é não se esquecer de que é um ser humano, que pode errar, mas que pode e deve consertar.

 

4 respostas

  1. Gostei muito de ler este texto. Eu nunca tinha pensado nas pequenas coisas, na presença incompleta que causei. Geralmente só vemos a não presença do outro.
    Obrigada.

  2. Gostei muito de ler este texto. Eu nunca tinha pensado nas pequenas coisas, na presença incompleta que causei. Geralmente só vemos a não presença do outro.
    Obrigada.

  3. Gostei muito, Stella, só acrescentando: a primeira da lista deve ser eu. A pessoa que mais prejudiquei foi a mim! Trabalhar o auto-perdão é fundamental para que eu possa ter uma melhor qualidade de vida, concorda? Beijinhosa

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